Tenho uma grande resistência em ler os livros das listas de "Mais Vendidos", publicados nos jornais e revistas. Geralmente, deixo que eles desapareçam das listas e continuem sendo comentados, para adquiri-los e lê-los. Foi o que fiz com Budapeste, de Chico Buarque.

Há um motivo: sabemos - principalmente nós, escritores (ainda que amadores) - que há um grande "acordo" entre editoras, livrarias, revistas e jornais influenciando que livros aparecem nas vitrines e nas páginas iniciais e nos pop-ups das homepages das livrarias virtuais. Um grande jogo de bastidores de comissões e descontos. Assim, os livros que as editoras promovem como "mais vendidos" acabam se tornando, mesmo, mais vendidos, sejam excelentes ou simplesmente bons, graças à força do marketing.

Ganhei o livro O Caçador de Pipas, escrito por  Khaled Houssain, há quase dois anos e nunca o li (que Valadares não leia esse texto!). Pelo motivo acima exposto e pela grande quantidade de "candidatas a miss" que disseram que o adoraram e que choraram muito ao lê-lo.

Ontem, arrisquei assistir o filme baseado na obra do escritor afegão e gostei. Um roteiro bem elaborado, atores experientes, enredo envolvente e emotivo ("eu quase chorei").  O livro, agora, vai avançar alguns lugares na minha eterna e imensa fila. Acredito que até o final de 2008 será lido. Espero não me decepcionar. Às vezes as misses têm razão.


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